quinta-feira, 1 de novembro de 2012


DIA 1 DE NOVEMBRO
Para uns dos mortos, para outros dias das bruxas. Para mim um dia a mais para viver, a menos para ser vivido.

Esta triste parece que vai chover a qualquer momento, o céu carregado…
Apesar de assim pensar, não estou triste, talvez o dia me faça sentir ainda mais a falta dos que partiram, meus pais, meu marido, a quem já perdei tanta coisa, só ele sabe e eu. Mas agora não importa.
 Só espero que tal como a minha filha tudo esteja bem e em paz. Se fosse a enumerar um a um não saia daqui hoje.

Olho através da vidraça, e lembro das piores mortes que existe, os vivos mortos, aqueles que estando vivos, morreram dentro de nós. Em algum lugar já fizeram parte de nós …agora nem nos lembramos que existem…Porquê? Que será que nos faz ser assim? Não sei. Talvez pelo que nos fizeram sentir, talvez por não serem afinal tão importantes como levamos uma vida inteira a pensar que eram…não sei…

Muitas vezes dou comigo a pensar sobre isto tal como agora. Mas só o silêncio, por resposta. De quem será a culpa? Minha? Tua? Que importa agora. Mulher não é bicho tranquilo. Mas se menos prezam sua inteligência tentas fazer de parva, cuidado ela vira bicho. Ai não há ninguém que a segure e tudo que viveu recalcado dentro dela explode. Aí restam os cacos. Não servem nem para contar a história de tão fragmentados que estão.

Mas esqueçam este meu desabafo. Já passaram muitos anos,  meses ou dias, que importância tem? Passou.

Agora quero apenas fazer deste dia triste, um dia mais alegre, um dia positivo. 
Quero ouvir os pássaros cantar mesmo debaixo da janela do meu quarto. Olhar a serra que esta coberta de névoa mas linda apesar de tudo.
Tenho a minha amiga aqui, deitada aos meus pés depois de ter pregado um grande susto.(ela é a minha amiga de 4 patas, a Ava) Fugiu com um cão abandonado que anda por aqui. O Pachola. Claro quando a princesa da casa saí, quase fico em pânico, a caça aberta. Um tiro perdido, não? Pois foi assim que morreu o meu gato a dois anos atrás.

Olho através da vidraça, a chuva começa a cair, ainda de mansinho mas promete, ir mais além…faz falta para os campos, mas sinceramente eu amo chuva, adoro caminhar no chuva, sentir o rosto fustigado por ela, quando o vento não vem perturbar a minha relação. Sentir o cheiro da terra molhada…mais não é que assistir à fecundação da mesma, se vem na medida certa nada é por acaso na mãe natureza.
 As folhas de hoje, são fertilizante amanhã, para que as próximas folhas possam ser fortes e brilhantes

Bem perdi-me em considerações. Venho sempre aqui falar com este meu amigo silêncio, Que mais não faz que levar para o vento as palavras que não digo mais que lhe são confidenciadas ao ouvido….












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